10 novembro 2006
pena de morte
Releio Nabokov, Convite para uma decapitação: «Nos termos da lei, comunicaram a sentença de morte a Cincinnatus P., segredando-lha. Todos se levantaram, trocando sorrisos. O juiz de cabelos grisalhos encostou-lhe a boca à orelha, arfou um momento, fez a comunicação e afastou-se como se se deslocasse».
A sentença de Sadam Husseim pode ter tido o mérito de acordar todos aqueles que dormem a sesta quando se continua a praticar, por esse mundo, a pena de morte – o «único gesto absoluto que o homem pode fazer, e não deve nunca fazer. Ao gesto que o transforma num grotesco Deus de arremedo que, quando fulmina, se fulmina” nas palavras de Miguel Torga.
A sentença de Sadam Husseim pode ter tido o mérito de acordar todos aqueles que dormem a sesta quando se continua a praticar, por esse mundo, a pena de morte – o «único gesto absoluto que o homem pode fazer, e não deve nunca fazer. Ao gesto que o transforma num grotesco Deus de arremedo que, quando fulmina, se fulmina” nas palavras de Miguel Torga.