14 novembro 2005

 

Que futuro para os hospitais psiquiátricos?


Há dias, quando fazia a ronda pelos canais da tv, parei alguns minutos num mini debate onde se discutia a política de saúde mental e a vontade governativa de acabar com os hospitais psiquiátricos. E fiquei a pensar…
Como se conseguirá implementar uma política de desinstitucionalização, recorrendo ao chavão politicamente correcto da «necessidade de integrar os doentes mentais na comunidade»?
Podemos concordar que o tratamento e a compensação de doentes mentais, ainda que dependente de um internamento temporário, poderão ser levados a cabo nas restantes instituições hospitalares.
Mas, terão os nossos hospitais condições (resposta rápida) para receber tais doentes, sem irem para as famosas listas de espera?
E, nos casos dos internamentos temporários, como integrá-los com os restantes doentes?
Como gerir a falta de camas vagas e a pressa de «mandar os doentes para casa»?
Na Comunidade que alternativas viáveis e efectivas existem ou vão ser criadas? Qual a nova estratégia global a seguir?
Os seus custos e a necessária mobilização e sensibilização (sem o habitual amadorismo), serão mais vantajosos e mais profícuos do que os suportados com os hospitais psiquiátricos?
Não podemos esquecer que muitos desses doentes, não têm quaisquer condições, nem apoios no exterior, precisando de acompanhamento permanente para se manterem compensados.
Claro que é preciso investir e promover uma boa saúde mental, nomeadamente no domínio de uma política prioritária de saúde pública, elevando o bem-estar físico e mental.
Mas isso implica intervir coordenadamente em todas as áreas, designadamente (acompanhando as políticas comunitárias) na melhoria da qualidade de vida, na inclusão social e na participação activa na vida social e económica.
Mas, afinal, qual é a opção? Reestruturar os hospitais psiquiátricos ou acabar com eles?
O que se vê nas ruas (não vou falar agora nos bairros sociais, nem nos indigentes, nem na falta de postos de trabalho etc.), é que as fileiras dos sem abrigo têm aumentado e os arrumadores continuam no terreno…serão estilos de vida a preservar e a incrementar?





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