26 abril 2008

 

Em tempo de crise

Neste 25 de Abril, tenho diante de mim a imagem televisiva de um dos políticos mais singulares saídos da Revolução que restituiu a democracia ao povo português: Alberto João Jardim. Com a sua voz inconfundível, de sonoridades muito profundas, ele apelava ao povo profundo do PSD para se revoltar contra os candidatos que se propõem suceder ao malogrado Luís Filipe Meneses. Ele, Alberto João Jardim, é o político na reserva para o grande momento que se aproxima. Ele está à espera desse grande momento em que o povo profundo manifeste a sua cólera purificadora. Então ele avançará e assumirá a liderança de um partido que tem como grande referência histórica Sá Carneiro. E eu não tenho dúvida nenhuma de que ele é o homem certo para este momento incerto do partido e do país, incluindo a Madeira. Homem de grande envergadura, senhor de um verbo potente e vernáculo, com uma espectacular presença nos actos públicos e privados, corajoso até ao ponto de se mostrar como é, flexível até ao ponto de encarnar o mais faceto espírito popular, dotado de uma sólida formação cultural e moral, embora expressa num estilo chão e, às vezes, rude, enfim, político com muitos e muitos anos de indesistente profissionalismo, Jardim era homem para recolocar o velho partido de Sá Carneiro no seu verdadeiro lugar histórico e dar uma outra vivacidade, um outro colorido à oposição. Pelo menos, era homem para não desmerecer daquilo que tem sido. E que me perdoem este desabafo, expresso nos singelos termos a que a prudência obriga um pobre mortal como eu.





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