10 abril 2011
Valerá a pena ir votar?
Valerá a pena ir votar no dia 5 de Junho? Tenho fortes dúvidas. Porque o programa de governo já está feito, "lá fora", e tem que ser aplicado qualquer que seja o partido vencedor.
Isto não é demagogia nem cepticismo. É o que está escrito no comunicado dos ministros do Eurugrupo e do Ecofin, dos nossos amigos europeus, enfim. Está lá escrito, preto no branco, que o programa de apoio financeiro a Portugal terá de ser aprovado em meados de Maio (cerca de três semanas antes das eleições) "e aplicado rapidamente após a formação de um novo governo" (qualquer que ele seja, acrescento eu).
É exigido um programa de reformas concreto, que inclua um "ambicioso" programa de privatizações, e reformas que ultrapassem a "rigidez nos mercados de produtos e de trabalho", o que significa, flexibilização das leis laborais, nomeadamente em sede de despedimentos e respectivas indemnizações, inclusivamente abrangendo a possibilidade de redução dos salários.
Impõe-se (é imposto!) ainda um "ajustamento orçamental ambicioso" (mais uma ambição!), o que significa cortes na despesa pública, com pessoal (salários, pensões,eventualmente até com despedimentos de funcionários), cortes nas prestações sociais (saúde, ensino, segurança social, rendimento de inserção, etc.), aumento dos impostos sobre pessoas singulares...
Estes são os princípios básicos, que não são negociáveis. A concretização dos mesmos deve estar pronta lá para os tais meados de Maio. Nessa altura ficaremos a saber o que nos vai em concreto acontecer...
Depois, em 5 de Junho, podemos ir ou não ir votar, podemos votar neste ou naquele, mas os resultados das eleições só irão determinar quem irá "aplicar" o (obrigatório) programa.
Escolher os "aplicadores" do programa/ultimato valerá a maçada da deslocação à mesa de voto?
Isto não é demagogia nem cepticismo. É o que está escrito no comunicado dos ministros do Eurugrupo e do Ecofin, dos nossos amigos europeus, enfim. Está lá escrito, preto no branco, que o programa de apoio financeiro a Portugal terá de ser aprovado em meados de Maio (cerca de três semanas antes das eleições) "e aplicado rapidamente após a formação de um novo governo" (qualquer que ele seja, acrescento eu).
É exigido um programa de reformas concreto, que inclua um "ambicioso" programa de privatizações, e reformas que ultrapassem a "rigidez nos mercados de produtos e de trabalho", o que significa, flexibilização das leis laborais, nomeadamente em sede de despedimentos e respectivas indemnizações, inclusivamente abrangendo a possibilidade de redução dos salários.
Impõe-se (é imposto!) ainda um "ajustamento orçamental ambicioso" (mais uma ambição!), o que significa cortes na despesa pública, com pessoal (salários, pensões,eventualmente até com despedimentos de funcionários), cortes nas prestações sociais (saúde, ensino, segurança social, rendimento de inserção, etc.), aumento dos impostos sobre pessoas singulares...
Estes são os princípios básicos, que não são negociáveis. A concretização dos mesmos deve estar pronta lá para os tais meados de Maio. Nessa altura ficaremos a saber o que nos vai em concreto acontecer...
Depois, em 5 de Junho, podemos ir ou não ir votar, podemos votar neste ou naquele, mas os resultados das eleições só irão determinar quem irá "aplicar" o (obrigatório) programa.
Escolher os "aplicadores" do programa/ultimato valerá a maçada da deslocação à mesa de voto?