13 janeiro 2007
A reinvolução
Hoje, ao ler um artigo de jornal (não sei se a propósito dele ou não, mas penso que sim), acudiu-me este pensamento: “Quem diria que, em dias da minha vida, as coisas haviam de dar uma tal volta, que o que causa escândalo não é a exploração (perdão pelo termo a cheirar a bafio comunista) dos trabalhadores, que é como quem diz, o aumento da produtividade com menores salários, mais tempo de trabalho, maior rigidez nos horários e maior flexibilidade no desemprego, maior intensificação do ritmo laboral e mais submissão a exigências por vezes despóticas da entidade patronal, mas, antes, a reivindicação (que digo eu?), a simples exigência da manutenção de direitos tidos como fundamentais dos trabalhadores e que, ao que me parece, ainda constam do catálogo dos direitos basilares consagrados na Constituição, até que o vento da mudança os varra em definitivo?”
Que fantástica evolução foi esta que inverteu por completo o papel e o estatuto das classes sociais? Os que eram ontem explorados são hoje privilegiados nos direitos que adquiriram, e os que ontem eram privilegiados, hoje são vítimas da tirania dos direitos adquiridos?
Que fantástica evolução foi esta que inverteu por completo o papel e o estatuto das classes sociais? Os que eram ontem explorados são hoje privilegiados nos direitos que adquiriram, e os que ontem eram privilegiados, hoje são vítimas da tirania dos direitos adquiridos?