06 novembro 2007

 

O segundo golpe de estado de Musharraf

Chegou ao poder através de um golpe de estado e através de outro lá se pretende manter. Estava a ser "ameaçado" pelo Supremo Tribunal, que presumivelmente se preparava para declarar inconstitucional a sua "reeleição". O golpe é uma jogada de antecipação: antes da previsível decisão do ST, o presidente do mesmo e mais oito juízes são demitidos, centenas de opositores presos, reprimidos os protestos de rua.
Mas o que realmente impressiona é a reacção do "Ocidente", que prega a defesa do sistema constitucional, a primazia do direio e da democracia. Que diz o "Ocidente"? Que está "preocupado" e "inquieto" e apela ao "regresso" urgente à democracia. Nenhuma, explícita ou implícita, condenação do golpe.
Não é de admirar, aliás: o golpe foi antecipadamente comunicado, se não combinado, aos EUA, já que o golpista reuniu previamente com o almirante William Fuller (e os ingleses parece que não estavam desprevenidos).
Já se sabe: os ditadores só são maus quando não fazem as vontades ao "Ocidente".
Musharraf é o peão de brega dos EUA naquela região do mundo. Tudo o que faz tem o carimbo prévio da Casa Branca.
Mas a UE,a que Portugal neste momento preside (não se esqueça), o que faz? Faz o triste papel de cúmplice deste atentado ao que restava de Estado de Direito no Paquistão.





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