10 outubro 2009

 

Opiniões sobre o Nobel

É interessante ver as reacções ao prémio atribuído a Barack Obama vindas hoje a lume no “Público”. Uma nota dominante é a da surpresa. Depois, as opiniões dividem-se entre os que aplaudem e os que criticam. Entre os primeiros, há uma outra nota dominante: a dos que acham que o prémio é um incentivo, um estímulo, uma aposta no futuro (tudo formas de dizer a mesma coisa), sobretudo pela esperança que foi aberta com a eleição de Obama numa mutação mais ou menos profunda na política externa dos Estados Unidos da América e nas relações internacionais, passando pela valorização do multilateralismo, do desanuviamento dos climas conturbados de guerra, do desarmamento nuclear e do primado dos direitos humanos. Uma variante desta posição é a que se traduz no entendimento de que a atribuição do prémio também compromete Obama, no sentido de este se sentir obrigado a seguir em frente com as suas promessas, contra os escolhos internos e externos que se lhe opõem.
Posição algo diferenciada é a de Jorge Almeida Fernandes, um analista bem documentado, que, à semelhança de Maia Costa, se interroga sobre se o prémio não será, afinal, um “presente envenenado” (este comentário até parece inspirado pelo de Maia Costa, tendo este escrito o seu antes de o de Almeida Fernandes ter sido estampado no jornal).
Entre os que criticam o prémio, destaca-se Pacheco Pereira, que, como sempre, faz um grande esforço para ser original, mas, desta vez, pelas piores razões: por entender que, com Obama, a paz internacional ficou enfraquecida. É que ele defende (ou assim parece) uns Estados Unidos da América com uma política externa mais próxima de Bush, do que da de Obama. A tolerância deste é sinónimo de tibieza, aproveitada pelos países do “Eixo do Mal” para fazerem «um upgrade da sua capacidade militar nuclear”
No pólo extremo desta posição, está Mário Soares, que, situando-se entre os que aplaudem o prémio, diz que foi a «melhor escolha possível».





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