27 maio 2011
Contra o pensamento único
Quero chamar aqui a atenção para um livro de leitura obrigatória no momento que passa. É de Boaventura de Sousa Santos e chama-se "Portugal: Ensaio contra a Autoflagelação".
Retomando diversos temas de reflexão da sua obra, parte de um "diagnóstico português" de longa duração (o "palimpsesto" da nossa história) para a análise da situação actual (acordo com a troika, etc.), para depois ensaiar saídas possíveis "com dignidade e esperança"...
Renegociar a dívida, para já, procurar reestruturá-la mais tarde, como tarefas urgentes.
Concomitante, mas de mais longa duração, a luta pela "democratização da democracia", a nossa, e a da Europa, na perspectiva de que "outro mundo é possível"...
Será? Entre o realismo e a utopia, em que devemos apostar?
Vivemos hoje (digo agora eu) tempos de realismo, de excesso de realismo, que nos matam, que nos tiram de todo a esperança. Não valerá um pouco a pena arriscar a utopia? Não foi isso que fizeram os povos tunisino e egípcio (ninguém dava nada por eles há uns meses atrás...)?
Neste tempo de pensamento único, de rendição total ao capitalismo financeiro e aos seus agentes, de repetição diária na TV até à exaustão das receitas das troikas como fatalidade, sabe bem ler propostas alternativas...
Porque haverá alternativas, se houver forças que as quiserem protagonizar, se essas forças ganharem efectiva força. Quando o programa de "ajuda" começar a mostrar as suas garras, veremos se o povo português ainda tem unhas para responder.
Essa resposta poderia começar no dia 5 de Junho, mas não creio. É ainda cedo. As respostas virão, se vierem, mais tarde, quando começar a doer... Veremos então a energia que nos resta... Ou vamos apenas desdobrar a passadeira para os senhores do mundo pisarem?
Bom, a leitura do livro do Boaventura é mesmo obrigatória!
Retomando diversos temas de reflexão da sua obra, parte de um "diagnóstico português" de longa duração (o "palimpsesto" da nossa história) para a análise da situação actual (acordo com a troika, etc.), para depois ensaiar saídas possíveis "com dignidade e esperança"...
Renegociar a dívida, para já, procurar reestruturá-la mais tarde, como tarefas urgentes.
Concomitante, mas de mais longa duração, a luta pela "democratização da democracia", a nossa, e a da Europa, na perspectiva de que "outro mundo é possível"...
Será? Entre o realismo e a utopia, em que devemos apostar?
Vivemos hoje (digo agora eu) tempos de realismo, de excesso de realismo, que nos matam, que nos tiram de todo a esperança. Não valerá um pouco a pena arriscar a utopia? Não foi isso que fizeram os povos tunisino e egípcio (ninguém dava nada por eles há uns meses atrás...)?
Neste tempo de pensamento único, de rendição total ao capitalismo financeiro e aos seus agentes, de repetição diária na TV até à exaustão das receitas das troikas como fatalidade, sabe bem ler propostas alternativas...
Porque haverá alternativas, se houver forças que as quiserem protagonizar, se essas forças ganharem efectiva força. Quando o programa de "ajuda" começar a mostrar as suas garras, veremos se o povo português ainda tem unhas para responder.
Essa resposta poderia começar no dia 5 de Junho, mas não creio. É ainda cedo. As respostas virão, se vierem, mais tarde, quando começar a doer... Veremos então a energia que nos resta... Ou vamos apenas desdobrar a passadeira para os senhores do mundo pisarem?
Bom, a leitura do livro do Boaventura é mesmo obrigatória!