19 maio 2011

 

Ainda a justiça americana


Acho interessante o debate que neste blogue se tem travado a propósito da prisão de Dominique Strauss Khan e do sistema de justiça americano. Muito do que se escreveu é do melhor que tenho lido sobre a matéria. E saúde-se a intervenção de alguns companheiros, que há muito não diziam de «sua justiça», e em artigos bem informados e de grande fôlego, reflectindo sensibilidades diferentes, o que só enriquece o pluralismo de posições que se deseja.
Por mim, limitei-me a escrever um desabafo mais ou menos impressionista, provocado pelas imagens que tinha acabado de ver na televisão e que me causaram grande revolta, e também pela forma espectacular, invasiva e completamente desproporcionada da actuação da justiça americana, amplificada pelos “media”, bem como pela excentricidade de um sistema penal que comina penas tão graves para crimes sexuais, como as que, entre nós, estão previstas para os tipos mais graves de crime de homicídio (e como não poderia ser assim, num sistema que mantém a pena de prisão perpétua e a pena de morte para certos crimes?).
Mas há ainda uma nota que não gostaria de postergar: a do pressuposto igualitarismo no tratamento de todos os que, ainda que só suspeitos, caem na alçada da justiça americana. É um igualitarismo cego, que não sabe distinguir entre os vários tipos de agentes de factos ilícitos, entre simples suspeitos e condenados após a realização de um julgamento. Acho que foi Pedro Soares Albergaria, cujo artigo curiosamente só vi no dia seguinte a ter «postado» o meu, apesar de ter sido introduzido uma dia antes deste (de ordinário, também não leio antes o que outros escrevem, para não me influenciar) salientou o traço esquizoide deste sistema, e eu não posso senão aplaudir.





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