26 agosto 2011

 

A NATO conquistou a Líbia

Sem grande aparato, a NATO acaba de conquistar a Líbia, dando ao mundo a ideia de que foi o povo líbio que se libertou de uma ditadura. Uma estratégia hábil e muito rentável, e que provavelmente será repetida noutras paragens, talvez não muito distantes.
Sabemos que a contestação popular na Líbia foi muito diferente da de outros países árabes, nomeadamente do Egipto e Tunísia. Os manifestantes indefesos repidamente viraram combatentes armados, depois "aconselhados" por "conselheiros" da NATO, depois, perante o impasse militar, apoiados por forças especiais da NATO no terreno. Tudo discreto, como deve ser. Sem esquecer as constantes operações aéreas que visaram derrubar o regime e não proteger civis, como depressa se tornou evidente.
Agora, os rebeldes conquistaram a capital e logo puseram a cabeça de Khadafi a prémio, na melhor tradição ocidental (do Far West).
Que regime poderá nascer de uma "revolução" assim, tutelada, teleguiada de Paris e Londres?
Certo, certo, será apenas a "preferência" que os "aliados" vão merecer dos novos governantes... As empresas franceses, inglesas e italianas do petróleo já se movimentam. É preciso pôr o ouro negro a correr de novo, e com abundância!
Trará esta "vitória" algum novo impulso ao movimento popular árabe? Cá para mim, o impulso será de marcha-atrás. A vitória da NATO na Líbia é uma lança no mundo árabe, que irá condicionar a evolução política noutros países, nomeadamente nos vizinhos.





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