18 março 2013
O prémio merecido
O ministro das Finanças afirmou há tempos atrás, a propósito das manifestações de 2 de Março, que não lhe interessava a popularidade, mas antes a opinião dos nossos parceiros de Bruxelas, que indicavam estar Portugal no bom caminho.
Pois bem, os nossos parceiros de Bruxelas, representados na troika, mais o FMI, acabam de lhe dar a classificação merecida. O país está a afundar-se com a política que tem sido seguida – facto que não constitui novidade para qualquer observador mediano – política que se tem traduzido na adopção de medidas de austeridade sobre medidas de austeridade, ou, por outras palavras, na execução impávida do próprio programa da troika, levada ao extremo de um excesso de cumprimento das imposições dessa tríade de excelsos peritos.
Mostrar que se cumpria mais do que era exigido parecia ser o objectivo para evidenciar Portugal como bom, obediente e subserviente aluno, contra os sentimentos de grande parte do povo português e a opinião de tantos analistas independentes, não só do nosso meio, mas também do estrangeiro.
Agora, a troika demarca-se das medidas tomadas e responsabiliza o governo português pela evidência do desastre.
Uma saída de Mestre (para a troika) e uma boa entaladela para o governo e para o ministro Gaspar.
È assim que se premeiam os seguidores incondicionais.