17 novembro 2014
Junker II
Jean-Claude Junker respondeu de
má catadura aos jornalistas que o inquiriram sobre as facilidades que o seu
país deu, como paraíso fiscal, a uma série de multinacionais que fugiram aos
impostos nos países onde estavam sediadas. “Sou tão adequado como você”,
respondeu a um jornalista que queria saber dos efeitos que a descoberta daquela
situação poderia causar nas suas funções actuais.
Que podia o homem fazer, senão
manifestar agressividade em relação a quem o colocava diante da imagem escalavrada
que ele de si mesmo propiciou, ao “fechar os olhos” (na hipótese mais benigna)
a uma situação que, podendo não ser juridicamente censurável, resultou no
contrário do que é apregoado (e que ele mesmo apregoa) como sendo o espírito
que deve unir os diversos Estados membros da União Europeia?
A agressividade não é uma manifestação
dos fortes, mas dos fracos e dos culpabilizados. É a arma de que se serve quem
se vê “entalado”.
Junker, apesar de tudo, prometeu
lutar deveras contra a evasão fiscal e uniformizar procedimentos em todos os países
membros da União, pois, como disse, em matéria fiscal, 22 dos seus 28 países procediam
mais ou menos como o Grão-Ducado.
Como penitência auto-infligida não
passa de uma promessa e não o redime do seu péssimo comportamento no passado,
apesar da desculpa dos 22 países.