13 fevereiro 2015
A austeridade absurda
Os responsáveis políticos do
nosso país continuam a emitir declarações lamentáveis sobre as pretensões da
Grécia. Dá a impressão que o país, na boca deles, é um valentaço, de crista
levantada, a bazofiar a sua inexistente fortaleza. Coitado do país! Ainda mal
se levanta do chão onde o prostraram, e já há quem, por ele, queira fazer
figura de reinação sobre aqueles que julga mais fracos.
Não sei qual foi, até aqui, o
nosso feito. Temos pobreza, desemprego, forte emigração, maior dívida, poucas
perspectivas de sairmos da cepa torta de uma economia atrasada e já vendemos praticamente
todo o património, restando ainda algum de eminente alcance estratégico, como a
TAP, que está em vias de ir por água abaixo, apesar do repúdio de muita gente
com prestígio.
Sim, o que é que significa esse ar
emproado em relação à Grécia? Significa uma coisa: fraqueza que se quer
disfarçar com o bater o pé e o engrossamento da voz. Mas não adianta, porque,
como estou convencido, vai ser por via da Grécia que a austeridade absurda que
nos tem sido imposta interna e externamente vai ser desmascarada.