28 julho 2016
Sanções zero
O colégio de
comissários da Comissão Europeia acabou por aplicar a Portugal e Espanha uma
sanção zero pelo incumprimento da taxa do défice em 2015 em duas décimas.
Vitória!, clama-se. Mas
vitória de quê? Se a aplicação de qualquer sanção era uma flagrante injustiça,
a reposição da justiça é uma vitória? Sim, será uma vitória, se virmos este
desfecho como o triunfo da rectidão e da sensatez sobre uma corrente de
eurocratas com imensa vontade de tirar desforço de pequenos países como
Portugal pelo desvio milimétrico do orçamento, comportando-se como “vilões” que
gostam de malhar nos mais fracos e mostrando-se subservientes com os mais
fortes, como França e Alemanha, que já tiveram vários desvios, e maiores, sem
consequências. Entre os adeptos do “rigor”, pontificam senhores como o presidente
do Eurogrupo, um tal Jeroen Djsselbloen, pelos vistos social-democrata e,
segundo a Wikipédia, tendo feito constar da biografia um Mestrado que não
concluiu, até que foi desmentido por duas universidades e obrigado a retirar do
currículo essa referência.
Mas o que vem a ser uma
sanção zero? Nenhuma sanção ou uma sanção, apesar de tudo? O certo é que algum
efeito se pretende tirar do caso. Mais do que o resultado, o que conta para
estes senhores é a pressão que conseguiram e que mantêm sobre o nosso país
(este governo não é do seu agrado), fazendo com se falasse tanto de sanções e
que se criasse a nível nacional uma verdadeira histeria mediática à volta dos “castigos”
(palavra horrenda e anacrónica, para referir sanções).