15 agosto 2017
O Verão das desgraças
Terminou
a volta a Portugal em bicicleta. Volta a Portugal que, de há uns
anos para cá, é só meia volta. Fugaz, começa e acaba num rápido.
Prossegue, no entanto, a volta a Portugal dos incêndios, essa
dilatada no tempo e no espaço. Portugal parece um palheiro a arder.
Como se não bastasse, deu-se hoje a tragédia da Madeira: queda de
uma árvore na festa da Senhora do Monte, quando estava para sair a
procissão. Saldo: doze mortos e cinquenta feridos.
Manifestamente
este é o Verão da desgraça para o governo de António Costa,
embora só por má-fé ou enviesamento crítico se lhe possa atribuir
esta sucessão de acontecimentos sinistros.
Fica-nos,
no entanto, esta sensação de negligência fatal no modo de ser
português. A árvore caiu, mas, pelos vistos, a mesma (um carvalho
com duzentos anos) já estava sinalizada e já haviam sido feitas
advertências às entidades competentes. Pois! As entidades
competentes!