12 junho 2006
(Can)gurus
O artigo do Vítor Dias no Público do dia 9 veio recordar-me a passagem por Lisboa de um tal Jack Welch, de profissão guru, que nos veio lembrar (a nós que arrastamos a triste condição de portugueses) que devíamos ter vergonha da imagem que têm de nós os estrangeiros.
É preciso de facto ter muita lata para que um súbdito do país de Bush (que nos últimos anos tanto sangue e cadáveres transporta às costas, ou manda transportar) se arrogue autoridade moral para falar assim. É uma imensa e intolerável arrogância, quase sempre aliada a uma ignorância quase total em tudo o que ultrapassa o estrito saber e respectivas ferramentas, a destes gurus que, tal como os cangurus (de que são uma versão abreviada), saltitam pelo mundo fora, fazendo conferências geralmente depois de lautos jantares em clubes elegantes e lá vão soltando (por vezes arrotando) as suas receitas mágicas, sempre iguais qualquer que seja a latitude ou o meridiano, e recebendo no final, claro, os seus honorários, invariavelmente em dólares, devidos pelas migalhas do seu imenso saber que se permitiram partilhar com os autóctones, emparvecidos, bebendo babosos as palavras escorrendo daqueles (can) gurus que adornam os seus altares.
Sim, a imagem do país não será boa. Mas a realidade é talvez pior. E é com a realidade que nós vivemos que nos devemos preocupar.
É preciso de facto ter muita lata para que um súbdito do país de Bush (que nos últimos anos tanto sangue e cadáveres transporta às costas, ou manda transportar) se arrogue autoridade moral para falar assim. É uma imensa e intolerável arrogância, quase sempre aliada a uma ignorância quase total em tudo o que ultrapassa o estrito saber e respectivas ferramentas, a destes gurus que, tal como os cangurus (de que são uma versão abreviada), saltitam pelo mundo fora, fazendo conferências geralmente depois de lautos jantares em clubes elegantes e lá vão soltando (por vezes arrotando) as suas receitas mágicas, sempre iguais qualquer que seja a latitude ou o meridiano, e recebendo no final, claro, os seus honorários, invariavelmente em dólares, devidos pelas migalhas do seu imenso saber que se permitiram partilhar com os autóctones, emparvecidos, bebendo babosos as palavras escorrendo daqueles (can) gurus que adornam os seus altares.
Sim, a imagem do país não será boa. Mas a realidade é talvez pior. E é com a realidade que nós vivemos que nos devemos preocupar.