14 julho 2006
Roteiro para a Inclusão?
«O Presidente da República (PR) lançou ontem um alerta sobre os riscos das crianças que vivem em famílias monoparentais, alertando os pais para que o processo de divórcio não ponha em causa o bem estar dos filhos. Considerando que é a "desagregação da estrutura familiar" que mais coloca as crianças em situação de fragilidade, Cavaco Silva, no final da segunda jornada do Roteiro para a Inclusão, lembrou que o risco de pobreza dos menores é o dobro em famílias monoparentais do que na "família natural".»
Considerando o lugar constitucional do Presidente da República, parecem interessantes, do ponto de vista da eficácia da comunicação, iniciativas de proximidade deste órgão com as populações e, ainda mais, quando a intenção é a de alertar e estimular a sociedade civil para problemas de cariz social de cuja resolução o Estado ilegitimamente se vem demitindo. O conceito, nos dias que correm, foi designado de roteiro para a inclusão, sendo que o último foi dedicado à violência doméstica e às crianças em risco.
Não se compreende, contudo, que a proclamada intenção de inclusão se manifeste num discurso que, bem vistas as coisas, ao tentar incluir, excluiu.
Colocar realidades familiares como a monoparentalidade e o divórcio [as que não correspondem à “família convencional”] no patamar do risco acrescido para o bem-estar das crianças não contribui, em nada, para o objectivo da inclusão. Logra, somente, colocar ainda mais à margem essas formas de relacionamento familiar.
Não é profícuo (nem legítimo), especialmente no que respeita à promoção do desenvolvimento integrado de uma sociedade democrática e plural, que um órgão de soberania, sob o anunciado pretexto, veicule mensagens que visam afinal fomentar a exclusão de específicas formas de família. Pelo contrário, tais realidades merecem um vigoroso esforço de envolvimento social e de dignificação enquanto formas válidas de relacionamento humano. Talvez um roteiro para a inclusão...
Entretanto, aqui tão perto, "Los escolares aprenderán los distintos tipos de familia en una nueva asignatura."
Considerando o lugar constitucional do Presidente da República, parecem interessantes, do ponto de vista da eficácia da comunicação, iniciativas de proximidade deste órgão com as populações e, ainda mais, quando a intenção é a de alertar e estimular a sociedade civil para problemas de cariz social de cuja resolução o Estado ilegitimamente se vem demitindo. O conceito, nos dias que correm, foi designado de roteiro para a inclusão, sendo que o último foi dedicado à violência doméstica e às crianças em risco.
Não se compreende, contudo, que a proclamada intenção de inclusão se manifeste num discurso que, bem vistas as coisas, ao tentar incluir, excluiu.
Colocar realidades familiares como a monoparentalidade e o divórcio [as que não correspondem à “família convencional”] no patamar do risco acrescido para o bem-estar das crianças não contribui, em nada, para o objectivo da inclusão. Logra, somente, colocar ainda mais à margem essas formas de relacionamento familiar.
Não é profícuo (nem legítimo), especialmente no que respeita à promoção do desenvolvimento integrado de uma sociedade democrática e plural, que um órgão de soberania, sob o anunciado pretexto, veicule mensagens que visam afinal fomentar a exclusão de específicas formas de família. Pelo contrário, tais realidades merecem um vigoroso esforço de envolvimento social e de dignificação enquanto formas válidas de relacionamento humano. Talvez um roteiro para a inclusão...
Entretanto, aqui tão perto, "Los escolares aprenderán los distintos tipos de familia en una nueva asignatura."