05 novembro 2006

 

Crónica de uma condenação anunciada

A condenação à morte de Saddam Hussein tinha já sido anunciada há muito. A criação de um tribunal especial sem quaisquer garantias de imparcialidade, a substituição, por duas vezes, do juiz presidente, com o fundamento em "brandura" no tratamento do principal arguido, o assassinato de alguns advogados que o defendiam, e sobretudo as declarações reiteradas desde o início do julgamento dos "governantes" fantoches "exigindo" a condenação à morte, não deixam a ninguém que veja as coisas com objectividade quaisquer dúvidas de que o julgamento não obedeceu aos padrões mínimos de justiça.
E não deixa de ser grotesco ouvir agora os ocupantes e seus mandatários condenar os "crimes da ditadura" quando os crimes que eles vêm cometendo desde Março de 2003 não ficam nada atrás quanto ao número de mortos, nem quanto aos métodos utilizados.
Para quando o julgamento desses crimes?





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