26 abril 2007

 

Declarações aberrantes

Um dos médicos que integram uma comissão encarregada de preparar a regulamentação da lei da IVG, publicada no passado dia 17, proferiu algumas declarações curiosas. Ele, que é alguém com altas responsabilidades (director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria), afirmou estar "convencido" de que 70 a 80% dos médicos vão invocar objecção de consciência. Complementarmente, afirmou que "se Portugal não for uma aberração" (sic) (e vamos acreditar que não!), grande parte das mulheres vão preferir as clínicas privadas "devido ao sigilo que proporcionam".
Uma dúvida: a regulamentação da lei não vai prescrever o sigilo nos hospitais públicos? Segunda pergunta: não é aberrante que um médico com estas responsabilidades no sistema nacional de saúde considere uma aberração as mulheres virem a preferir o sistema público ao privado? Terceira pergunta: com estas declarações (falta de sigilo, falta de médicos) não se está já a sugerir a delegação da execução da lei no sistema de saúde privado? Última oergunta: isso interessa a quem?





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