08 agosto 2007
Manifesto dos cães-polícias portugueses
Nós, cães de investigação criminal portugueses, vimos dirigir o nosso protesto, e também um pedido de solidariedade, a toda a Nação Portuguesa, sem distinção entre animais animais e animais humanos.
Como foi amplamente divulgado, alguns cães de nacionalidade britânica foram na passada semana utilizados na investigação do famoso "caso Maddie", para identificarem "vestígios de corpo humano" no apartamento donde desapareceu aquela criança humana.
Sentimos isto como uma humilhação, uma afronta, e não podemos calar o nosso protesto.
Será que os cães ingleses têm melhor faro que o nosso? Serão mais inteligentes e evoluídos que nós?
A explicação que foi dada para tão insólito facto foi a de aqueles animais caninos estarem especialmente treinados para localizar e identificar os tais vestígios de corpos (animais) humanos.
Mas então, por que não nos prepararam a nós, cães de investigação criminal portugueses, para esse finalidade investigativa? Por que nos educaram (ou deformaram) exclusivamente para snifar essas porcarias de drogas quase sempre de má qualidade, que já nos enjoam a todos?
Sabemos que temos contribuído para fantásticas apreensões de estupefacientes, que já arrecadaram diversos recordes mundiais, ou quase, e isso não deixa de nos orgulhar.
Mas nem sequer nos levam às aparatosas conferências de imprensa em que são apresentadas estas vitórias contra os traficantes. A essas só vão os polícias humanos, descriminando-nos inexplicavelmente.
E todo esse folcore está gasto. Já não vende. Veja-se o contraste com o dito "caso Maddie", que trouxe jornalistas de todo o lado, reportagens intermináveis, enfim, a comunicação social na máxima força.
O que reivindicamos, e para isso pedimos a solidariedade nacional, é sair do ghetto da droga em que nos enfiaram, queremos alargar os nossos horizontes, ampliar conhecimentos, aprender novas técnicas, enfim, conquistar o lugar que o cão de investigação criminal adquiriu no mundo civilizado. Hoje, abre-se um campo vastíssimo de intervenção à nossa acção farejadora. Farejar, é preciso!
Não tendo compreendido isto atempadamente, os nossos superiores hierárquicos viram-se na necessidade de recorrer a cães estrangeiros, o que constitui, repetimos, uma humilhação para todos nós.
Aqui fica o nosso protesto. Que não seja em vão!
Entregamos a divulgação deste manifesto a um animal humano, mas futuramente o nosso protesto, se não for ouvido, pode assumir formas mais caninas.
(Manifesto assinado por todos os cães de investigação portugueses, à excepção de um -também nos cães há "furadores" - e está autenticado com a respectiva impressão digital direita, não reconhecida notarialmente, ao abrigo do programa Simplex, apesar das dúvidas sobre a sua constitucionalidade).
Como foi amplamente divulgado, alguns cães de nacionalidade britânica foram na passada semana utilizados na investigação do famoso "caso Maddie", para identificarem "vestígios de corpo humano" no apartamento donde desapareceu aquela criança humana.
Sentimos isto como uma humilhação, uma afronta, e não podemos calar o nosso protesto.
Será que os cães ingleses têm melhor faro que o nosso? Serão mais inteligentes e evoluídos que nós?
A explicação que foi dada para tão insólito facto foi a de aqueles animais caninos estarem especialmente treinados para localizar e identificar os tais vestígios de corpos (animais) humanos.
Mas então, por que não nos prepararam a nós, cães de investigação criminal portugueses, para esse finalidade investigativa? Por que nos educaram (ou deformaram) exclusivamente para snifar essas porcarias de drogas quase sempre de má qualidade, que já nos enjoam a todos?
Sabemos que temos contribuído para fantásticas apreensões de estupefacientes, que já arrecadaram diversos recordes mundiais, ou quase, e isso não deixa de nos orgulhar.
Mas nem sequer nos levam às aparatosas conferências de imprensa em que são apresentadas estas vitórias contra os traficantes. A essas só vão os polícias humanos, descriminando-nos inexplicavelmente.
E todo esse folcore está gasto. Já não vende. Veja-se o contraste com o dito "caso Maddie", que trouxe jornalistas de todo o lado, reportagens intermináveis, enfim, a comunicação social na máxima força.
O que reivindicamos, e para isso pedimos a solidariedade nacional, é sair do ghetto da droga em que nos enfiaram, queremos alargar os nossos horizontes, ampliar conhecimentos, aprender novas técnicas, enfim, conquistar o lugar que o cão de investigação criminal adquiriu no mundo civilizado. Hoje, abre-se um campo vastíssimo de intervenção à nossa acção farejadora. Farejar, é preciso!
Não tendo compreendido isto atempadamente, os nossos superiores hierárquicos viram-se na necessidade de recorrer a cães estrangeiros, o que constitui, repetimos, uma humilhação para todos nós.
Aqui fica o nosso protesto. Que não seja em vão!
Entregamos a divulgação deste manifesto a um animal humano, mas futuramente o nosso protesto, se não for ouvido, pode assumir formas mais caninas.
(Manifesto assinado por todos os cães de investigação portugueses, à excepção de um -também nos cães há "furadores" - e está autenticado com a respectiva impressão digital direita, não reconhecida notarialmente, ao abrigo do programa Simplex, apesar das dúvidas sobre a sua constitucionalidade).