10 março 2009

 

Refuseniks

Não é fácil ser refusenik em Israel. Recusar prestar serviço na tropa, ou seja, fazer objecção de consciência, é mais ou menos o mesmo que proferir uma declaração de traição nacional. A população israelita judaica está neste momento esmagadoramente dominada pela fobia ao “inimigo” palestiniano e os (poucos) que não pensam assim são necessariamente encarados com suspeição. Recusar defender com armas a pátria é traí-la, porque, como se sabe, a pátria não se discute.
Não se discute em Israel, como também não se podia discutir em Portugal antes do 25 de Abril. Também então eram traidores os que eram contra a guerra colonial.
Só que, tal como no Portugal de então ser contra a guerra não era ser contra a pátria, mas apenas contra uma certa concepção da mesma, também no Israel de hoje ser contra a ocupação (de carácter tipo colonial) dos territórios palestinianos e contra o uso das armas contra populações indefesas não significa que se é contra Israel.
Quem o explica bem é a jovem Sahar, uma judia israelita de 18 anos, que é refusenik e já esteve quatro vezes detida por isso. A história veio no “Público” do passado dia 7 e vale a pena lê-la. É aliás mais uma bela reportagem de Alexandra Lucas Coelho, entre várias outras que em vindo a publicar.





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