19 julho 2009
Sentido de humor
Alberto João Jardim tem algumas contradições engraçadas. Por exemplo, disse que se a Constituição proibia as organizações fascistas, e muito bem, então também o Partido Comunista tinha de ser proibido, porque o comunismo é o fascismo de esquerda. Ele não falou (pelo menos para quem o ouviu a debitar directamente para os microfones) em organizações que professem ideologia comunista; falou apenas no Partido Comunista, evidenciando, assim, uma pequena contradição selectiva, para além de ter operado a fusão entre fascismo e comunismo, metendo-os a ambos, por um golpe de prestidigitação, no mesmo saco ideológico.
Na mesma ocasião, referindo-se às alterações que pretende para o Estatuto da Madeira - uma reivindicação já antiga que praticamente consgra a separação da ilha - afirmou que era «probido proibir», repescando essa consigna do libertário «Maio de 68». Deste modo, combinou superiormente o lema anarquista de tudo permitir com o ideal proibicionista da democracia limitada.
Há tempos atrás, aquando dos célebres «chifres» que o ex-ministro da Economia, com os indicadores colados em riste de ambos os lados da testa apontados à bancada comunista, na Assembleia da República, Alberto João Jardim afirmou que no Parlamento Regional não se fazem coisas dessas e que tudo se processa de forma a não haver comportamentos radicais como esse que levou à demissão de Manuel Pinho.
Ora, esta também é uma afirmação que entra em contradição com algumas singularidades observadas no Parlamento madeirense e que, na boca de Jardim, faz sorrir pela graça que percute em quem o ouve, sempre desarmado perante o seu inesperado humor. Humor que resulta da sábia articulação da afirmação com a sua negação, do todo com a parte, da dualidade com a unidade e de outras coisas mais, intraduzíveis.
Na mesma ocasião, referindo-se às alterações que pretende para o Estatuto da Madeira - uma reivindicação já antiga que praticamente consgra a separação da ilha - afirmou que era «probido proibir», repescando essa consigna do libertário «Maio de 68». Deste modo, combinou superiormente o lema anarquista de tudo permitir com o ideal proibicionista da democracia limitada.
Há tempos atrás, aquando dos célebres «chifres» que o ex-ministro da Economia, com os indicadores colados em riste de ambos os lados da testa apontados à bancada comunista, na Assembleia da República, Alberto João Jardim afirmou que no Parlamento Regional não se fazem coisas dessas e que tudo se processa de forma a não haver comportamentos radicais como esse que levou à demissão de Manuel Pinho.
Ora, esta também é uma afirmação que entra em contradição com algumas singularidades observadas no Parlamento madeirense e que, na boca de Jardim, faz sorrir pela graça que percute em quem o ouve, sempre desarmado perante o seu inesperado humor. Humor que resulta da sábia articulação da afirmação com a sua negação, do todo com a parte, da dualidade com a unidade e de outras coisas mais, intraduzíveis.