21 agosto 2009
Leituras de verão
Nestes quentes dias estivais, a leitura é sempre uma ocupação a não perder.
Eu recomendo este poema de Francisco Bugalho, que vem a propósito:
ROMANCE POLICIAL
Acabei o romance policial
E sinto a amargura indefinível
Daquela personagem principal.
(Lá fora há silêncio na madorna
Que o sol lança sobre as coisas.)
Pobre mulher loira que matou por amor!
Afinal, isto é banal;
Mas hoje, não sei porquê,
Sinto bem fundo o drama
Daquela personagem principal.
(Zumbe sobre a minha mesa uma mosca cansada...
Lá fora anda o calor do sol; não há mais nada.)
Só eu estou cheio do sonho
Da mulher loira que matou por amor...
E, não sei bem porquê, também componho
Um drama em que entro, e é desolador.
Sinto-me simplesmente comovido
Como um colegial,
Com esta história simples, sem sentido,
E superficial.
Há dias assim,
E eu bem estou vendo como é falso
O caso do romance policial.
Mas...
Queria poder salvar
Aquela mulher dócil e franzina
Que matou por amor,
E cuja morte
Fez surgir esta dor
Que me domina.
É enternecedor
O fim do tal romance policial!
É de mau gosto, frágil e banal!
(Lá fora, que calor!...)
Eu recomendo este poema de Francisco Bugalho, que vem a propósito:
ROMANCE POLICIAL
Acabei o romance policial
E sinto a amargura indefinível
Daquela personagem principal.
(Lá fora há silêncio na madorna
Que o sol lança sobre as coisas.)
Pobre mulher loira que matou por amor!
Afinal, isto é banal;
Mas hoje, não sei porquê,
Sinto bem fundo o drama
Daquela personagem principal.
(Zumbe sobre a minha mesa uma mosca cansada...
Lá fora anda o calor do sol; não há mais nada.)
Só eu estou cheio do sonho
Da mulher loira que matou por amor...
E, não sei bem porquê, também componho
Um drama em que entro, e é desolador.
Sinto-me simplesmente comovido
Como um colegial,
Com esta história simples, sem sentido,
E superficial.
Há dias assim,
E eu bem estou vendo como é falso
O caso do romance policial.
Mas...
Queria poder salvar
Aquela mulher dócil e franzina
Que matou por amor,
E cuja morte
Fez surgir esta dor
Que me domina.
É enternecedor
O fim do tal romance policial!
É de mau gosto, frágil e banal!
(Lá fora, que calor!...)