12 agosto 2009
O alarme também se propaga
A onda de Agosto deste ano não é de criminalidade, é de gripe. Não sei qual será pior. É que se a criminalidade violenta, além de atingir as vítimas, provoca um sentimento geral de insegurança, a gripe, esta gripe, apresenta-se ainda mais ameaçadora, podendo ser transmitida a qualquer momento, em qualquer lugar, por qualquer pessoa... É silenciosa, insidiosa, impiedosa.
Há dias o Artur Costa invocou aqui o "Ensaio sobre a Cegueira", esse notabilíssimo romance de Saramago. Efectivamente a grande arte muitas vezes antecipa a realidade futura. Quem não se lembra do exemplo da Kafka?
Mas é evidente que devemos racionalizar o mais possível as nossas reacções e os nossos comportamentos.
Exemplo de comportamento irracional foi o da ministra da Saúde, habitualmente tão sóbria, que agora veio lançar gasolina sobre chamas ao denunciar publicamente (mas não às autoridades competentes, porque ela nisso não se mete!!!) que há aí quem ande a transmitir propositadamente a doença!
Se ela sabe de facto de comportamentos susceptíveis de integrar crime deve denunciá-los (ou mandar denunciá-los, para não ficar com as mãos "sujas"), mas não precisa de fazer alarido, para não empolar fenómenos localizados e porventura não confirmados.
O que ela deve fazer em qualquer caso, haja ou não "comportamentos anti-sociais", é fazer a pedagogia dos comportamentos adequados por parte dos cidadãos em geral.
Informar, sim, amedrontar, não. Evitar qualquer deriva irracional de uma população sistematicamente bombardeada com "novos casos" é obrigação das autoridades de saúde.
Se é criminoso propagar a epidemia, é insensato propagar prematuramente o alarme.
Há dias o Artur Costa invocou aqui o "Ensaio sobre a Cegueira", esse notabilíssimo romance de Saramago. Efectivamente a grande arte muitas vezes antecipa a realidade futura. Quem não se lembra do exemplo da Kafka?
Mas é evidente que devemos racionalizar o mais possível as nossas reacções e os nossos comportamentos.
Exemplo de comportamento irracional foi o da ministra da Saúde, habitualmente tão sóbria, que agora veio lançar gasolina sobre chamas ao denunciar publicamente (mas não às autoridades competentes, porque ela nisso não se mete!!!) que há aí quem ande a transmitir propositadamente a doença!
Se ela sabe de facto de comportamentos susceptíveis de integrar crime deve denunciá-los (ou mandar denunciá-los, para não ficar com as mãos "sujas"), mas não precisa de fazer alarido, para não empolar fenómenos localizados e porventura não confirmados.
O que ela deve fazer em qualquer caso, haja ou não "comportamentos anti-sociais", é fazer a pedagogia dos comportamentos adequados por parte dos cidadãos em geral.
Informar, sim, amedrontar, não. Evitar qualquer deriva irracional de uma população sistematicamente bombardeada com "novos casos" é obrigação das autoridades de saúde.
Se é criminoso propagar a epidemia, é insensato propagar prematuramente o alarme.