12 dezembro 2010

 

O objectivo legítimo de manter o império

Os nossos jornalistas "responsáveis" são realmente um colosso. Perante a avalanche dos documentos revelados pelo WikiLeaks, indesmentíveis e indesmentidos, que fazem eles? Jornalismo? Não!
Envergando o uniforme completo dos EUA, e depois de pôr em causa as "motivações" de Julian Assange (como se isso tivesse algum interesse para avaliar o teor dos documentos), proclama-se: "O que consta dos telegramas é o que já se sabia sobre a política externa americana. O seu conteúdo revela que a administração prossegue o seu objectivo legítimo de manter a liderança americana de uma forma equilibrada, pensando no interesse americano numa perspectiva global. E que os seus métodos são basicamente decentes." (Teresa de Sousa, "Público" de 8.12.2010)
Realçam-se algumas ideias fundamentais:
a) Todas as pulhices (para não dizer mais) reveladas pelos documentos já eram sabidas;
b) As mesmas pulhices são "decentes", embora só "basicamente", porque
c) O objectivo de "prosseguir a liderança" é legítimo;
d) Receita: pensar o "interesse americano numa perspectiva global".
Simples. Uma talvez rara, pelo poder de síntese, apologia da ideologia imperial americana.





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