02 outubro 2011

 

Obama também contorna a Constituição

Nos tempos de Bush filho o Departamento da Justiça americano tinha uns "juristas" contratados para encontrar argumentos jurídicos favoráveis a todas as infracções às garantias individuais que fossem consideradas necessárias para garantir a "segurança" dos EUA. Assim, se justificou a tortura, os raptos, os assassinatos de "inimigos", o campo de Guantánamo, etc.
Obama (que é jurista) proclamou uma ruptura contra essas práticas anteriores. Mas, na realidade, a ruptura ficou-se pela proclamação retórica. Guantánamo lá está, para durar. Os assassínios selectivos continuam, como o demonstrou o caso Bin Laden.
E cada vez mais requintados. Num prodígio de virtuosismo tecnológico, os EUA inventaram uma máquina de matar à distância (que os amigos israelitas também utilizam com gosto e proveito). Chama-se "drone", é um avião não pilotado que assepticamente despacha a vítima.
A dúvida que se levantou no caso ocorrido esta semana é que a vítima era um americano, um tal Anwar al-Awlaki. Mas, sendo de origem árabe e residente no Iémen, não era completamente americano... Além disso, era um inimigo declarado dos EUA, membro da Al-Qaeda...
Mas o argumento supremo de justificação da utilização da "força letal" contra aquele cidadão é este: o presidente dos EUA, garante o Departamento da Justiça, tem autoridade para "contornar" as garantias constitucionais e ordenar a morte de cidadãos nacionais estabelecidos no estrangeiro, como medida de contraterrorismo.
Exactamente a mesma conclusão a que tinham chegado os juristas de Bush!
Portanto, a Constituição é umas vezes para aplicar, outras para "contornar", conforme os interesses nacionais (ou imperiais) dos EUA... Grandes "juristas"!





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