25 abril 2012
Dia de chuva
Chove, chove, porque, agora, o
“25 de Abril” é de chuva.
Os militares de Abril tomaram a
resolução de não estarem presentes nas cerimónias oficiais.
Se lá estivessem, seria só como
um símbolo vazio, uma mera lembrança de um facto que já passou à história (no
duplo sentido de acontecimento do passado e de acontecimento que já perdeu o
seu sentido), apesar do “E depois do adeus”, cantado por Paulo de Carvalho
antes da sessão e da “Grândola Vila Morena”, entoada por um coro alentejano,
depois da sessão. Tudo isso é mera relíquia, pura forma. Mesmo a tal questão da
liberdade é cada vez mais flor de retórica, emblema para pôr na lapela. A
liberdade para participar nas grandes decisões que nos impõem sacrifícios passa
praticamente à margem dos cidadãos (como há quem afirme, com toda a segurança,
que a vontade do povo português é isto e aquilo?) e notam-se já muitos assomos
de autoritarismo.