07 maio 2013

 

Futebol


Um produto de que não há carência é o futebol. Este converteu-se numa verdadeira coqueluche, como nem nos velhos tempos da “outra senhora”. É um álcool a que o Ministério da Saúde não tem dado suficiente atenção, porque, de contrário, já tinha providenciado por restrições ao seu consumo.

A comunicação social promoveu o futebol a acontecimento de primeira linha. Actualmente é moda dar às notícias sobre futebol o mesmo relevo que aos grandes eventos nacionais e internacionais, quando não se dá o caso de os telejornais abrirem com grande alarido futebolístico. Muitas vezes, o noticiário é mesmo uma caldeirada homogénea e quase pornográfica, entremeando-se as notícias sobre futebol com acontecimentos da maior gravidade e até trágicos, como um terramoto, uma acção terrorista, um sinistro onde morrem centenas ou milhares de pessoas. O noticiário é uma espécie de rolo compressor que banaliza tudo e tudo mede pela mesma rasa.

Discute-se regularmente futebol na televisão em mesas redondas em que todos falam e ninguém se ouve, segundo  o formato adoptado para as mesas redondas onde é suposto falar-se de política. Tudo é apresentado com o mesmo ar de falsa gravidade e de autêntica algaraviada.

O futebol não está em crise.





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