24 novembro 2014
Mais uma vez a teoria da conspiração...
Inesperada, inesperada mesmo (para mim, pelo menos), foi a solidariedade de André Freire, um articulista que admiro e com quem geralmente concordo... Mas ontem estava possesso de indignação e foi mesmo repescar Paulo Pedroso para fundamentar a sua teoria da conspiração (é preciso que alguém o informe urgentemente de que o Estado foi absolvido na ação que P. Pedroso intentou contra ele, Estado, pelo que os "contribuintes" não foram desembolsados no pagamento de nenhuma indemnização). Não explicou, porém, quem e porquê está por detrás da conspiração (serão os serviços secretos? os partidos do governo? alguma potência estrangeira? a sra. Merkel?).
Eu sempre pensei (e até o disse em sessões públicas) que o discurso frenético anticorrupção (que era simultaneamente um discurso contra a "impunidade", resvalando para um discurso de deslegitimação do poder judicial), de um populismo evidente, ao "denunciar" a existência de duas justiças, uma para ricos, outra para pobres, seria abandonado, se não mesmo invertido, quando algum "peixe graúdo" fosse apanhado na rede... Assim foi. Acabou a preocupação com a impunidade, com a corrupção que corrói a democracia. O discurso correto agora é o dos "direitos", o da presunção de inocência em primeiro lugar (de certos arguidos, evidentemente...).