25 junho 2015
A Grécia e os comentadores
Muitos dos analistas e comentadores
da situação grega atiram sobre o actual governo de coligação em que predomina o
Syriza a responsabilidade pelo impasse nas negociações para a continuação da
assistência financeira ao país e
afastamento do espectro de default. Porém,
mal se esboça uma qualquer possibilidade de acordo, logo acorrem a dizer que o
governo grego cedeu à austeridade e atraiçoou o seu programa.
Assim, o que eles pretendem
realmente não é um acordo, em que houvesse cedências de ambos os lados, mas ver
a Grécia ajoelhar-se às exigências mais extremadas dos credores, ou, se
quisermos, à política que tem sido seguida pela troika, na qual os Shauber e
companhia, com o seu séquito de incondicionais seguidores, têm pontificado e,
pelos vistos, dificultado as referidas negociações. Parece quererem ver a
Grécia a consumir-se numa morte lenta, “cadáver adiado que [não] procria”, pois
é a isso que tal política conduz, como o reconheceu ainda ontem, na SIC
Notícias, Bagão Félix.