01 julho 2015
Egoísmo e má consciência?
Afinal, o ministro francês das
finanças veio revelar o que já se sabia e que já corria por aí, no meio da
confusão de voltas e reviravoltas por que têm passado as negociações com a
Grécia.
O principal entrave não vem da
Alemanha, segundo disse, mas dos pequenos países que já foram objecto de
intervenção da troika. Querem que a Grécia continue a sofrer o rigor da
austeridade e, sobretudo, não querem ouvir falar de reestruturação da dívida
grega. Isso desautorizaria a política que os governos desses países impuseram
aos seus povos, às vezes redobrando as medidas da própria troika, como sucedeu
entre nós, e poria em causa o futuro político desses governantes (casos de
Portugal e Espanha). Mas, então, a ser isso verdade, não há aí uma atitude incrivelmente
egoísta, que ultrapassa a sua capacidade de representação, para além da
mesquinhez de querer impor aos outros um sofrimento que contrabalance o que foi
imposto a esses países, e também uma má consciência por se ter colaborado nele?