19 fevereiro 2016
Eutanásia
Colocado o tema da legalização da eutanásia em discussão pública, logo os guardas da moral católica vieram a terreiro defender a “integridade e integralidade” (?) da vida humana… Mas os dogmas católicos são só vinculativos para os católicos! A legalização da eutanásia não é nenhuma promoção da morte! É a solução admissível para as soluções extremas e só quando o próprio a pedir… Os que são favoráveis à legalização da eutanásia também amam a vida! E amam também a dignidade humana, a dignidade das pessoas concretas. E também são a favor dos cuidados paliativos, mas sabem que há situações em que esses cuidados já não resolvem o problema da dor, muito menos o da dignidade do doente… Os “juristas católicos” são mais católicos do que juristas ao defenderem que o preceito constitucional que estabelece a inviolabilidade da vida humana proíbe radicalmente a eutanásia e o auxílio ao suicídio, pois aquele conceito não é absoluto. E fica-lhes mal dizerem que a eutanásia é um passo na progressiva eliminação dos mais fracos, sugerindo de alguma forma que há propósitos eugénicos na proposta de legalização a eutanásia. É ainda mais feio os “médicos católicos” sugerirem que por detrás “desta aparente morte misericordiosa” estejam escondidos interesses economicistas… É sempre feio tentar desclassificar os adversários ideológicos atribuindo-lhes intenções maldosas escondidas… Enfim, o debate sobre a eutanásia começou; mal, como era de esperar…