23 fevereiro 2016
Os amigos da onça
Os amigos da onça
David Cameron conseguiu negociar
com as instituições da União Europeia e obter desta a transigência em matéria
de princípios fundamentais no que diz respeito aos emigrantes, que não
beneficiarão, durante um período alargado, das regalias sociais concedidas aos
seus trabalhadores. Ou seja, o Reino Unido, se bem entendo, aproveita a mão de
obra qualificada de outros países, como o nosso, sem ter efectuado qualquer
despesa na sua formação e está dispensado, por largo período de tempo, de proporcionar
aos respectivos trabalhadores os direitos sociais que outorga aos seus.
Trata-se de uma discriminação que ofende princípios basilares da União. Isto, a
par de outras concessões em matéria económica, financeira e de integração
política.
Porém, a mesma União que assim
cede em princípios fundamentais a um dos seus recalcitrantes membros, mas com
grande peso no seu seio, franze o sobrolho e fala grosso a países como o nosso,
como a Grécia e outros países do Sul da Europa, exigindo que não se desviem um milímetro
de regras que esfrangalham por completo direitos sociais e aniquilam o chamado
Estado Social.
Para estes países é uma União de
amigos da onça.