18 janeiro 2006

 

Cuidado, veja quem convida para jantar!

No passado fim de semana, a CIA levou a cabo um ataque aéreo contra uma aldeia do Paquistão, tendo morrido 18 civis (paquistaneses, claro), o que desencadeou largos protestos populares. A razão do ataque consistiu na suspeita de estar presente num jantar realizado na aldeia o "nº 2" da Al-Qaida. Pensava-se, contudo, que só tinham morrido civis, mas não: morreram também quatro ou cinco "terroristas". Como disse o governador da província, é lamentável que tenham perdido a vida 18 habitantes da aldeia, mas é inegável que 10 a 12 extremistas estrangeiros tinham sido convidados para jantar, sendo assim a proporção entre 18 civis mortos e 4 a 5 terroristas com o mesmo destino perfeitamente aceitável. Lamentável mas justificável. Ficou por esclarecer quantos civis valem um terrorista morto... Acresce que se suspeita agora que tenha mesmo morrido não o "nº 2", mas um "quadro" importante da mesma organização, cujo número na hierarquia não foi fornecido. Reforçada ficou assim a legitimidade da acção da CIA. Os civis mortos não eram terroristas, mas estavam sentados com eles à mesma mesa.
Sabendo-se que a guerra ao terrorismo decretada por Bush não tem limites temporais ou espaciais, que é uma guerra sem quartel, que os terroristas em parte alguma, seja em público, seja em privado, estão ao abrigo do devido e duro castigo, caro leitor, pondere, informe-se, analise o "curriculum" de quem vai convidar para jantar. Previna-se, antes que veja o seu jantar interrompido (lamentável, mas justificadamente) pelos competentes homens da CIA.





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