31 janeiro 2006

 

«Influências que se movem, sectarismo, medievalismo», «amiguismo» - problemas da cultura

“Influências que se movem, sectarismo, medievalismo. Textos que se escrevem em função dos favores, críticas que se cozinham como benesses e mesuras a amigos e colegas de trabalho (é assim que se formam as clientelas, alguma dúvida?).”

Esta é uma das frases mais marcantes na polémica levantada pelo, para mim, indispensável (pelo menos desde que aí li uma entrevista inolvidável a Luis Pacheco) Esplanar, e, com o sentido de oportunidade de JPP, retomada no Abrupto. O subscrever de tais considerações não implica que se considere que essa é uma pequena ponta de um véu nacional (embora muitas vezes a mais hilariante, vejam-se algumas críticas literárias do Jornal das Letras), já que tal frase tem apenas a ver com a crítica literária ou de uma forma geral com a produção cultural.
Não tem qualquer relação com o que se passa no nosso país noutras áreas, e muito menos com o funcionamento de quaisquer órgãos de soberania... aí as coisas são a sério num país que já é pós-moderno, pós-industrial e certamente absorveu ao nível dos elementos basilares do Estado de direito um dos fundamentos que distingue as sociedades modernas das pré-modernas, a diferenciação social, pelo que as questões constitucionais não são em caso algum confundíveis com «coisas de amigos».
Até por que, de certo, está interiorizada a importância da diferenciação social enquanto factor de liberdade individual, pois numa sociedade indiferenciada as pessoas relacionam-se entre si transportando todas as suas posições na vida (por exemplo pai de família, membro de um corpo profissional, simpatizante ou militante de um partido, elemento daquela asssociação, etc, etc) com a consequência de que cada um sabe do outro e pode aplicar esse conhecimento para influenciá-lo.

PS- Este postal também não tem qualquer relação com o postal anterior nem com o PS do mesmo.





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