28 abril 2006

 

O STJ como notícia

Estranhamente a comunicação social não esteve ontem presente na tomada de posse de António Henriques Gaspar como vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Digo estranhamente por várias razões: porque a tomada de posse de um vice-presidente do mais alto tribunal do País é uma cerimónia suficientemente importante do ponto de vista político-institucional para merecer notícia; porque ainda há pouco outra tomada de posse na área da justiça (direcção da PJ) recebera ampla cobertura mediática; finalmente porque o STJ ainda há poucos dias fora notícia a propósito de uma sua decisão, parecendo isso revelar uma especial atenção à actividade deste tribunal.
Afinal não é nada disso. O STJ só é notícia se cheirar a escândalo. É esse o "critério jornalístico" de cobertura noticiosa do tribunal. Mas é pena que seja assim. Ontem muito teriam a aprender os jornalistas que ali se tivessem deslocado com a audição do discurso do novo vice-presidente. E muita matéria teriam a reportar à opinião pública sobre a justiça vista duma perspectiva diversa da do "discurso da crise", que é o discurso dos que querem manter a crise a todo o custo e dessa forma apostam na deslegitimação do poder judicial, o discurso continuamente difundido e amplificado pela generalidade da comunicação social.
Para os que pretendem reflectir sobre a crise não há "tempo de antena".





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