23 abril 2006
Exclusão/violência/adolescência/inclusão…
Matías, um adolescente de 16 anos, faleceu na madrugada de 9 de Abril em Palermo Chico (Buenos Aires), na sequência de uma suposta “briga” ou “ataque” ocorrido na rua.
Desde então os jornais da Argentina têm comentado diariamente este caso: noticia-se que se tratou de homicídio praticado por um grupo de (11) jovens adolescentes, entre eles um de 13 anos. Referem que, não obstante o resultado da autópsia indicar que a morte ocorreu por «embolia pulmorar», subsistem suspeitas de o Matías ter falecido por causa do golpe que sofreu no pescoço, o que lhe terá provocado uma paragem cardíaca. Já foi decidido fazer uma exumação ao cadáver. No meio da história um suposto “roubo” de um telemóvel e a intervenção de um polícia. A família, desiludida, diz que vai abandonar o país…
Há dias a comunicação social portuguesa divulgou a detenção de 4 adolescentes (entre 16 e 18 anos) que preparavam um ataque armado a uma escola no Kansas. Aliás, na América não são inéditos ataques violentos em escolas, executados por jovens, com consequências mortais.
Esses são os casos mais recentes que tiveram direito a aparecer nos media.
A cada passo e, cada vez com maior frequência, denunciam-se situações de jovens que interagem com recurso à violência, não hesitando em matar.
O que leva os jovens a não controlar esse pulsar de violência? Porque é que o exercício da violência satisfaz a busca do prazer imediato?
A dinâmica grupal da violência tem sido uma forma de “auto-afirmação” de jovens que perderem o sentido de orientação, vivendo subculturas próprias, desinseridos e marginalizados pela sociedade em geral, que nada faz para os integrar.
Que é feito da capacidade de resistir à frustração?
Será que o conflito interno que cada jovem vive perante a falta de perspectivas futuras, o espectro do desemprego, a falta de apoio estadual, a “desorganização social”, a ausência de modelos positivos de referência, a “desigualdade de oportunidades”, o apelo constante à sociedade de consumo inacessível etc. etc… explicam essa falta de controlo?
Há que repensar a educação, reformular valores (o respeito pelos outros, pelos direitos humanos, pela pluralidade, pela autenticidade etc.), a forma de os transmitir, o processo de socialização…
Há que reconverter os bairros marginais que encontramos dentro e fora das cidades. Há que promover a inclusão social, garantindo a todos bem-estar pessoal, social, laboral…
A solução está na implementação de políticas sociais… o recurso a meios penais clássicos (v.g. prisão sem real reinserção) apenas tem servido para adiar o fenómeno crescente da violência…
Desde então os jornais da Argentina têm comentado diariamente este caso: noticia-se que se tratou de homicídio praticado por um grupo de (11) jovens adolescentes, entre eles um de 13 anos. Referem que, não obstante o resultado da autópsia indicar que a morte ocorreu por «embolia pulmorar», subsistem suspeitas de o Matías ter falecido por causa do golpe que sofreu no pescoço, o que lhe terá provocado uma paragem cardíaca. Já foi decidido fazer uma exumação ao cadáver. No meio da história um suposto “roubo” de um telemóvel e a intervenção de um polícia. A família, desiludida, diz que vai abandonar o país…
Há dias a comunicação social portuguesa divulgou a detenção de 4 adolescentes (entre 16 e 18 anos) que preparavam um ataque armado a uma escola no Kansas. Aliás, na América não são inéditos ataques violentos em escolas, executados por jovens, com consequências mortais.
Esses são os casos mais recentes que tiveram direito a aparecer nos media.
A cada passo e, cada vez com maior frequência, denunciam-se situações de jovens que interagem com recurso à violência, não hesitando em matar.
O que leva os jovens a não controlar esse pulsar de violência? Porque é que o exercício da violência satisfaz a busca do prazer imediato?
A dinâmica grupal da violência tem sido uma forma de “auto-afirmação” de jovens que perderem o sentido de orientação, vivendo subculturas próprias, desinseridos e marginalizados pela sociedade em geral, que nada faz para os integrar.
Que é feito da capacidade de resistir à frustração?
Será que o conflito interno que cada jovem vive perante a falta de perspectivas futuras, o espectro do desemprego, a falta de apoio estadual, a “desorganização social”, a ausência de modelos positivos de referência, a “desigualdade de oportunidades”, o apelo constante à sociedade de consumo inacessível etc. etc… explicam essa falta de controlo?
Há que repensar a educação, reformular valores (o respeito pelos outros, pelos direitos humanos, pela pluralidade, pela autenticidade etc.), a forma de os transmitir, o processo de socialização…
Há que reconverter os bairros marginais que encontramos dentro e fora das cidades. Há que promover a inclusão social, garantindo a todos bem-estar pessoal, social, laboral…
A solução está na implementação de políticas sociais… o recurso a meios penais clássicos (v.g. prisão sem real reinserção) apenas tem servido para adiar o fenómeno crescente da violência…