03 junho 2006
Paridade em perigo
O veto presidencial à lei de paridade não surpreende, porque toda a discriminação positiva é alheia ao ideário liberal. Note-se que, se o veto incide especificamente sobre o artigo que previa como sanção para a violação da paridade a rejeição da lista eleitoral, todo ele assenta numa retórica argumentativa contrária a esse tipo de discriminação.
O que verdadeiramente surpreende é a pronta aceitação do veto por parte do PS e do primeiro-ministro. Então a paridade não era uma das bandeiras do PS?
É claro que a lei pode ser retomada alterando o regime de sanções. Mas a reacção do PS é toda ela de mesuras e vénias para com o PR, numa atitude quase patética. E quanto às sanções, será que o estabelecimento de uma multa será suficientemente dissuasor? Não estará realmente a ideia de paridade em perigo?
Esta decisão do PR, a sua primeira afirmação "ideológica", de cariz claramente conservador (mau grado a estranha posição do PCP nesta matéria), não augura nada de bom. A questão do aborto, que reentrará na agenda política depois de férias (é o que está prometido pelo PS), será a próxima prova.
O que verdadeiramente surpreende é a pronta aceitação do veto por parte do PS e do primeiro-ministro. Então a paridade não era uma das bandeiras do PS?
É claro que a lei pode ser retomada alterando o regime de sanções. Mas a reacção do PS é toda ela de mesuras e vénias para com o PR, numa atitude quase patética. E quanto às sanções, será que o estabelecimento de uma multa será suficientemente dissuasor? Não estará realmente a ideia de paridade em perigo?
Esta decisão do PR, a sua primeira afirmação "ideológica", de cariz claramente conservador (mau grado a estranha posição do PCP nesta matéria), não augura nada de bom. A questão do aborto, que reentrará na agenda política depois de férias (é o que está prometido pelo PS), será a próxima prova.