29 setembro 2006

 

Reabertura da caça

Reabriu a caça aos funcionários públicos, esses inimigos sociais, agora a propósito de um relatório sobre carreiras e remunerações.
São extraordinariamente úteis estes relatórios, muito objectivos, muito científicos, muito oportunos, que dizem exactamente o que o Governo quer ouvir e são divulgados quando o Governo precisa.
Abater o "monstro" é a palavra de ordem. Ou seja: reduzir serviços e reduzir o número de funcionários, reduzir os direitos e garantias dos que ficarem, precarizar o emprego. Aliciante programa.
Diz-nos a comunicação social em peso que devemos regozijar-nos: vai acabar o desperdício, a maladragem, a parasitagem social. E vamos pagar menos impostos. (Mas não haverá aqui um equívoco? Não são precisamente os funcionários públicos dos poucos que pagam impostos? Aliás, eu gostaria de ver as declarações de IRS de alguns desses que estão sempre a falar em nome dos "contribuintes"...)
Mas onde é que vão ser feitas as grandes "poupanças"? Será na educação e na saúde, como já alguns "especialistas" avançaram? Se for assim, não creio que "menos Estado" seja "melhor Estado". Creio, sim, que "menos estado" nesses bens públicos essenciais trará inevitavelmente maior desigualdade social. "Menos Estado" será então "pior País".





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