18 maio 2007

 

Uma lança na Irlanda

É mais difícil do que uma lança em África, quando se trata de IVG. Mas foi o que aconteceu agora.
Não que tenha havido qualquer alteração na férrea legislação anti-aborto. Mas foi permitido, por um tribunal, à adolescente grávida que pretendia abortar que viajasse até Inglaterra para aí pôr termo a uma gravidez marcada pela malformação (melhor, pela inviabilidade!) do feto, situação que a lei irlandesa não contempla.
Parece incrível, mas o Estado irlandês opôs-se a esta viagem, e também inicialmente o hospital onde a adolescente estava internada (e que mais parecia um convento do que um hospital público!). É que não estava em causa qualquer acto a praticar no sagrado território irlandês... mas autorizar alguém a sair para praticar um crime, sim, mas em território alheio e sacrílego.
O juiz, porém, foi prudente, no bom sentido da palavra. Foi razoável, humano, justo.
E salvou-se, apesar de tudo, a honra do convento. O território irlandês continua imune ao pecado da IVG.
Mas uma pequena lança ficou lá espetada.





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