28 junho 2007

 

Tony out

Parece que desta vez é mesmo de vez. Tony finally out.
Não foi fácil. Foi preciso que o Partido Trabalhista o despedisse, antes que o Partido fosse despedido nas próximas eleições.
Este simpático cavalheiro desde cedo mostrou numerosas qualidades. Com boa apresentação, muito patuá e falando bem inglês, poderia ter ido para vendedor de automóveis (ou mesmo de aviões, tal a sua lábia) ou apresentador de concursos na televisão, mas resolveu dedicar-se à política e essa foi a desgraça dele, e a nossa.
Conseguiu, de facto, uma coisa notável: fazer do Partido Trabalhista, estatutariamente o partido dos sindicatos, o partido apoiado entusiasticamente pelas confederações patronais nas duas últimas eleições.
Tudo parecia correr bem quando resolveu embarcar no mesmo barco do Bush, fazendo de comissário de bordo ao serviço do comandante. Os ingleses não lhe perdoaram tanta subserviência, tanta submissão. E não lhe perdoaram sobretudo as mentiras sobre o Iraque. Os ingleses têm muitos defeitos, mas não suportam a mentira. Tony devia saber isso. Mas os prestidigitadores, quando estão no palco, julgam que podem manipular a plateia como querem. Desta vez a plateia vaiou e expulsou o ilusionista, farta dos seus truques, dos seus estafados "números". (Em Portugal é que estão os mais inconsoláveis e saudosos admiradores, com destaque para José Manuel Fernandes e Teresa de Sousa, incansáveis nos ditirambos para Tony).
Agora vai como "enviado especial" do "Quarteto" (!!!) para o Médio Oriente. É como que um movo mandato britânico na Palestina, agora já não propriamente ao serviço da própria Inglaterra, mas do amigo americano e do israelita.
Que credibilidade poderá ele encontrar? Nenhuma, ele sabe isso. Mas ele confia, apesar de tudo, em que conseguirá ainda inventar alguns truques novos. Mas não será fácil, porque aquele público está farto de habilidades.





<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?


Estatísticas (desde 30/11/2005)