26 junho 2007

 

A sombra, a luz e o «dar para o exterior a imagem»

O percurso do comendador Joe Berardo, que há muitos anos se apresenta como exemplar, foi durante um longo período objecto de uma visibilidade moderada, felizmente nestes últimos tempos começou a receber a notoriedade merecida. Veja-se o encantamento mediático com as suas sonoras performances nos preparativos e desenlaces da OPA da SONAE à PT e da Assembleia Geral do BCP (estrelato que ultrapassouo peso em percentagem de acções).
Naturalmente tal atenção exigia um espaço institucional adequado, «o Benfica faz parte da minha cultura», e a brilhante tirada pós Rui Costa «Hello», que constituiu um ensaio para o maior sucesso cultural autóctone das últimas décadas: a estreia museológica de ontem. As fotos, e as belíssimas entrevistas do duo responsável pelo evento (por coincidência ao que suponho o Benfica também faz parte da cultura do primeiro-ministro José Sócrates), levaram-me, então, a pensar que para a plenitude do retrato só faltava, ainda que num lugar secundário, o imprescindível assistente cultural Alexandre Melo. Hoje com o desenvolvimento da guerra das bandeiras e a cena «sangue azul», revejo essa impressão: a luz a quem a merece para a posteridade... os outros podem continuar nas, também muito reveladoras, sombras.

E, como se não bastasse, a nação ainda teve o privilégio de assistir à exteriorização de uma pungente sinceridade com o reconhecimento de que a «única intenção [foi] dar para o exterior a imagem de uma certa unidade de propósitos entre a Fundação a que V. Exª [o comendador] preside e a Fundação Centro Cultural de Belém», os sacríficos que se fazem com a «única intenção [de] dar para o exterior a imagem de uma certa unidade de propósitos»! O exterior agradece.

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