17 abril 2009
17 de Abril de 1969
Sim, faz hoje 40 anos que numa manhã de Abril com muito sol se escreveu a mais bela página da minha geração: a contestação estudantil à inauguração oficial do edifício das Matemáticas, em Coimbra.
Foi realmente um dia glorioso, que marcou o início da mais consistente e radical luta estudantil contra o Estado Novo, com a greve, esmagadoramente cumprida, aos exames finais na época de verão.
Não posso esquecer o momento em que Alberto Martins se levantou para pedir a palavra à "veneranda figura do Chefe do Estado", rodeado por muitas das mais altas figuras (e figurões) do regime, para falar em nome dos estudantes.
Ele não estava isolado na sala, pois uns tantos estudantes tinham conseguido entrar, e muitos mais estavam cá fora, mas a sua atitude, embora por nós esperada, constituiu um inolvidável acto de coragem, pois afrontou, cara na cara, a cúpula da ditadura.
Foram tempos exaltantes, mas também difíceis, com a repressão superveniente.
Veio depois o 25 de Abril e compensou todos os sacrifícios.
Entretanto passaram 40 anos, uma vida inteira, tempo suficiente para muitas opções e percursos.
E a pergunta (talvez amarga) hoje é: quantos de nós cumprimos as promessas que então fizemos a nós próprios, aos outros e ao mundo?
Foi realmente um dia glorioso, que marcou o início da mais consistente e radical luta estudantil contra o Estado Novo, com a greve, esmagadoramente cumprida, aos exames finais na época de verão.
Não posso esquecer o momento em que Alberto Martins se levantou para pedir a palavra à "veneranda figura do Chefe do Estado", rodeado por muitas das mais altas figuras (e figurões) do regime, para falar em nome dos estudantes.
Ele não estava isolado na sala, pois uns tantos estudantes tinham conseguido entrar, e muitos mais estavam cá fora, mas a sua atitude, embora por nós esperada, constituiu um inolvidável acto de coragem, pois afrontou, cara na cara, a cúpula da ditadura.
Foram tempos exaltantes, mas também difíceis, com a repressão superveniente.
Veio depois o 25 de Abril e compensou todos os sacrifícios.
Entretanto passaram 40 anos, uma vida inteira, tempo suficiente para muitas opções e percursos.
E a pergunta (talvez amarga) hoje é: quantos de nós cumprimos as promessas que então fizemos a nós próprios, aos outros e ao mundo?