12 setembro 2009

 

Ainda sobre a censura

Em relação ao comentário de Maia Costa, eu só tenho a dizer que me distanciei do “Jornal Nacional” e da sua apresentadora. Admiti inclusive a legitimidade da discussão sobre se o programa se enquadrava numa rigorosa concepção de jornalismo ou não, sem tomar partido sobre isso. O ponto fulcral em que me situei foi o de um aparente acto censório sobre o referido “Jornal Nacional” e aí, sim, manifestei a minha perplexidade, porque tem havido sinais de um crescente e obsessivo desejo de controle da comunicação social por parte do poder, seja ele político, económico, etc. Este foi um acto, por assim dizer, despudorado, agravado pelo momento em que ocorreu, sabendo nós da incomodidade que o programa causava em certos meios, mas há outras formas de controle mais subtis, que redundam em censura e que nem sequer chegam ao grande público. Por sinal, ainda ontem, na edição do “Público,” Helena Matos referiu alguns desses casos, nos quais a censura resulta, às vezes, de um simples e muito português «não querer arranjar chatices», num país, como o nosso, de fortes dependências e ligações espúrias. Condescender com isso, ainda que seja pelo silêncio, é abrir as portas à censura mais abrangente.
Também sabemos que as classificações de “isto é jornalismo” e “isto não é jornalismo” são muitas vezes formas larvares de pôr em prática a censura ideológica, política, etc. Quem define o que é jornalismo e o que não é jornalismo?, isto é, para sermos mais exactos, o que é “bom jornalismo” e o que é “mau jornalismo”? Chávez parece saber disso muito bem.
Não se trata de Manuela Moura Guedes ser ou não ser mártir da liberdade.





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