14 dezembro 2009

 

Tony e a verdadeira razão da guerra

Numa jogada de antecipação relativamente ao inquérito parlamentar em que vai ser ouvido, Tony Blair explicou numa entrevista à BBC que se não fossem as armas de destruição maciça teria sido necessário "recorrer a outros argumentos" para justificar a invasão do Iraque. Duas "confissões" encerra esta declaração: primeira, que sabia que as armas não passavam de um "argumento"; segunda, que um argumento haveria sempre que encontrar para justificar um objectivo definido antecipadamente: derrubar Saddam Hussein. (Primeiro o objectivo, depois o "argumento").
Cinismo, falta de princípios, falta absoluta de ética, manipulação de factos (ou melhor, falsificação de factos), desprezo pela opinião pública do seu próprio país: a imagem crua de um dirigente político da actualidade (da "modernidade líquida", como lhe chama Bauman; aliás Blair é um típico político "líquido").
Esta foi uma entrevista, no palco da televisão, de que tanto gosta. Mas no parlamento ele não vai ser entrevistado, vai ser ouvido, interrogado, vai ser instado por deputados, e não por jornalistas, a justificar a guerra. Parece que ele não gosta tanto desse cenário, pois já disse querer ser ouvido em "privado".
Vamos ver se lhe fazem a vontade. E que "argumentos" vai tirar da cartola.





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