23 março 2011
O grau zero
Que dizer numa altura destas? Nada, a não ser ficar suspenso ou perplexo (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Como escreveu Fernando Gil na Visão da quinta-feira passada, nós não sabemos nada; estamos às escuras; não podemos ou não sabemos como agir. Falta-nos informação do que é essencial, porque, para além do mais, atingimos quase o grau zero da democracia, em que as decisões são tomadas nas nossas costas, em instâncias internacionais. Talvez por isso, por causa dessa perplexidade que nos toma, dessa expectativa quase patológica, dessa espécie de fatum com que aguardamos o desenrolar dos acontecimentos, não nos apeteça fazer nada (nem sequer escrever), quando devíamos era revoltarmo-nos.