09 maio 2011

 

Oportunidade de ouro

Esta é a oportunidade de ouro para o incipiente capitalismo português. O que muitos desejavam sem o conseguirem com a rapidez que a sua impaciência reclamava, hão-de consegui-lo agora, de uma penada, se souberem aproveitar bem as facilidades que a “troika” veio proporcionar: congelamento dos salários dos trabalhadores; pagamento de horas extraordinárias por baixo; facilitação dos despedimentos com redução das indemnizações a pagar e “ajustamento” do conceito de justa causa (a tão apregoada “flexibilização do mercado do trabalho); depreciação da negociação colectiva; redução da taxa social única (ou seja, redução da comparticipação das empresas à Segurança Social); encurtamento do prazo do subsídio de desemprego; cortes nas prestações sociais; privatização de grandes empresas públicas, etc., etc…
Não se pode dizer que tenha sido uma mau negócio, isso não. A “ajuda” externa não é, assim, tão má para todos os portugueses, como se pretende fazer crer. Alguns esfregarão as mãos de contentes, por se lhes ter deparado (“deparado” é como quem diz: as coisas não surgiram assim ao azar) uma benfazeja “crise”, que, de um golpe, lhes concede as facilidades que, em condições normais, a luta política democrática tornava mais morosas e mais difíceis de conseguir.





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