01 maio 2011
Uma voz diferente na Europa
Poul Rasmussen, antigo primeiro-ministro dinamarquês e agora presidente do Parido Socialista Europeu (nada tem a ver com o outro Rasmussen, amigo e aliado de Bush, e que agora está na NATO), deu uma entrevista importante à Lusa, que passou praticamente ignorada porque disse coisas fora da corrente dominante na Europa. Disse ele que Portugal foi alvo de ataques especulativos dos mercados financeiros e que cabe à maioria conservadora na Europa a responsabilidade pela actual situação económica em Portugal. Mais disse que é injusto que um pequeno número de especuladores ataque a economia portuguesa e que sejam as agências de rating a avaliar as democracias. E mais referiu que se Portugal tivesse encontrado na UE líderes que coordenassem esforços para sair da crise através do investimento o país não estaria na situação em que está.
Bom, esta é uma voz socialista, realmente socialista. Mas isolada na Europa, sem influência, pois a esquerda está em queda livre e a extrema-direita bate à porta do poder por todo o lado. Mas sabe bem ouvir esta denúncia do miserável complot entre as agências de "rating" (com as permanentes baixas de "rating") e os especuladores (também chamados "mercados"), aproveitando as idas de Portugal "ao mercado" para impor juros usurários, cada vez mais insuportáveis, numa atitude de pura agiotagem bem típica do capitalismo actual, em que já não só as empresas que podem ser levadas à falência, até países independentes podem sofrer ataques que os ponham de joelhos e os obriguem a irem comer à mão dos senhores do capital, que se apresentam então solicitamente a "ajudar" os aflitos, nas condições por eles impostas, claro...
(É evidente que Portugal, pela mão do actual governo, se pôs a jeito, mas o procedimento dos credores e especuladores, seus agentes e agências, não deixa de ser miserável, embora coerente com a sua "ética", a ética do capitalismo selvagem, o actual).
Bom, esta é uma voz socialista, realmente socialista. Mas isolada na Europa, sem influência, pois a esquerda está em queda livre e a extrema-direita bate à porta do poder por todo o lado. Mas sabe bem ouvir esta denúncia do miserável complot entre as agências de "rating" (com as permanentes baixas de "rating") e os especuladores (também chamados "mercados"), aproveitando as idas de Portugal "ao mercado" para impor juros usurários, cada vez mais insuportáveis, numa atitude de pura agiotagem bem típica do capitalismo actual, em que já não só as empresas que podem ser levadas à falência, até países independentes podem sofrer ataques que os ponham de joelhos e os obriguem a irem comer à mão dos senhores do capital, que se apresentam então solicitamente a "ajudar" os aflitos, nas condições por eles impostas, claro...
(É evidente que Portugal, pela mão do actual governo, se pôs a jeito, mas o procedimento dos credores e especuladores, seus agentes e agências, não deixa de ser miserável, embora coerente com a sua "ética", a ética do capitalismo selvagem, o actual).