06 outubro 2011

 

As novas movimentações sociais II

A propósito do que designei de novas movimentações sociais, falei de “instituições contestatárias”. Foi um termo que me surgiu na rapidez da escrita, mas fiquei a pensar nele, franzindo o nariz. Instituições contestatárias? Mas haverá “instituições contestatárias”? Não haverá aqui um paradoxo na própria formulação? Eu queria referir-me, sobretudo, a movimentos de contestação e também sindicatos e até, provavelmente, de forma mais longínqua, a partidos políticos, estes dois últimos, sim, instituições. Quer os sindicatos, quer os partidos políticos desenvolvem também, em certas situações, acções ou movimentos de contestação, mas não são “instituições contestatárias”.
Quanto ao capitalismo global, uma achega: ele tornou-se dominante, como toda a desregulamentação que implementou a nível mundial, precisamente a partir da derrocada do “socialismo real”. Este, apesar de tudo, exercia o papel de uma barreira que inibia a expansão de certas formas do capitalismo. Desaparecida ela, o capitalismo entrou numa fase eufórica, de desregulamentação económica e aniquilação de direitos sociais, económicos e mesmo culturais.
Os movimentos sociais que têm surgido por toda a parte, às vezes com solidariedades além-fronteiras, tentam esboçar, segundo creio, uma resposta a esse estado de coisas. Esses movimentos é que eu considerei de bom augúrio. Mas é só, para já, um palpite e a expressão de um desejo.





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