03 dezembro 2012

 

A liberdade de imprensa em Inglaterra

A Inglaterra terá sido o país em que o fenómeno da tabloidização da imprensa mais se fez sentir. Há exemplos por todo o lado, mas parece que foi ali que todos os efeitos perversos desse fenómeno se realizaram com intensidade: a convicção de que vale tudo para vender papel de jornal, a utilização de formas sujas (e ilícitas) de adquirir informações, as ligações espúrias às polícias, os pactos obscuros com partidos políticos, com troca de favores e de benefícios... E isto tudo à pala da sagrada "liberdade de imprensa", e da "autorregulação".
O Partido Conservador foi apanhado na teia e tenta sacudi-la. Nada melhor do que arvorar-se em defensor radical da "liberdade de imprensa" e da dita "autorregulação"... Em Inglaterra, diz, não há lei de liberdade de imprensa desde o sec. XVII (penso eu que antes também não haveria...).
Contudo, a recusa da regulação da imprensa nada tem de democrático. A intervenção de um organismo independente na regulação da imprensa torna-se indispensável quando a autorregulação se revela uma miragem. Só através da regulação será possível garantir a liberdade de imprensa, que não pode ficar refém das "regras" do mercado. A liberdade de imprensa é demasiado importante para ficar nas mãos de um punhado de empresários sem escrúpulos.





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